Coisas de gente

Troca-Pevides

23.2.170 Comentários



Dedico este post a todos, especialmente a todas, que me acompanham aí desse lado e que estão comigo “na luta”.

“Normal” por definição, isto é, nem magra nem gorda, o fantasma da engorda (ora apenas uma subtil ameaça, ora já a bater-me com o dedo pontiagudo no ombro quando ganho um bocado de peso a mais) sempre me assombrou. Desde muito miúda que fujo dos croissants a sete pés e que sei que os bolos de arroz são piores que os pastéis de nata e que as bolachas de água e sal ganham 2-0 às bolachas maria. Tudo exemplos de um profundo conhecimento acumulado ao longo dos anos, está claro!

Se este fosse um texto sobre nutrição, área de saber que vou perseguindo mais ou menos intensamente, dependendo das fases da lua e do ponteiro da balança, teria imensa coisa para vos dizer. Mas, de facto, muito honestamente, acho tudo isto que nos injetam diariamente sobre o tema “muito pouco consistente do ponto de vista científico” - palavras dos meus pais médicos.

Quando andava na pré-primária ou na primeira classe – não consigo localizar com precisão no tempo esta memória - tinha um livro de trabalhos manuais que se chamava Troca-Tintas. Esse livro, que me lembro de adorar, tinha na capa um grande palhaço de cabelo ruivo e de sapatão verde, se a memória não me atraiçoa. No Troca-Tintas podíamos fazer de tudo um pouco: desenhar, pintar, picotar, destacar, recortar, ligar pontos, etc...

Esta, além de ser uma memória bonita, é uma analogia que quero fazer relativamente ao que me vai na alma quando todas as vezes que vou ao Lidl tentar comprar o tal do Skyr o estafermo está sempre esgotado. Sendo que, à custa disso, lá vou eu ter que lanchar outra vez – peguem na caneta e no papel para apontar – 1 iogurte magro natural, 2 colheres de sopa rasas de aveia, 1 colher de sobremesa de sementes de chia ou de sésamo e 2 colheres de sopa de framboesas, que é como quem diz umas 7 ou 8. Ufa! Alguém ainda desse lado?

Sim, é verdade que ando metida nestas vidas. Sim, também é verdade que a fronteira entre a sanidade mental e a loucura já foi mais distinta...

Mas continuando com a minha analogia estapafúrdia que passo a explicar:

Mais ou menos como no caos de um enorme livro de trabalhos manuais em que praticamente tudo é possível, e que se não for a picotar e destacar, haverá de ser a recortar, der isso por onde der, também na nutrição (desculpem se estiver a ferir suscetibilidades), as coisas andam a ficar um bocado assim! A informação em excesso e contraditória é tanta e vem de tantas direções diferentes que, às tantas, no meio desta roda viva, já nem sabemos bem onde foi parar a única roda que devia interessar, a dos alimentos (algo contemporâneo ao meu tão querido Troca-Tintas).

Meus amigos e amigas, peço que não me levem muito a sério e que considerem isto um desabafo de quem anda metida numas sementes e outras coisas parecidas.

Bora lá trocar umas pevides? :)

Bom apetite!

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